A revolução algorítmica

Por Aline Moura

“O futuro bate à porta”, costuma-se dizer. No caso da Inteligência Artificial (IA), ela já entrou e se sentou em nossa sala. Está lá, viva e dinâmica, apresentando-se em incontáveis oportunidades e desafios. Nessa onda irreversível, as informações estão sendo criadas, distribuídas e consumidas de uma maneira nunca vista. Não há mais volta.

Na comunicação, um dos impactos mais significativos da IA é a possibilidade de se personalizar conteúdos. Por meio de algoritmos avançados, as empresas conseguem criar mensagens altamente personalizadas que atendem às preferências e comportamentos individuais dos consumidores. Segundo um estudo da McKinsey, cias que utilizam a personalização baseada em IA conseguem aumentar suas receitas em até 15%. Isso se traduz em campanhas de marketing mais eficazes, maior engajamento do cliente e uma experiência de usuário aprimorada.

A automação de tarefas repetitivas é outra habilidade notável das inteligências artificiais. Exemplo recente, anunciado ao mercado, foi o uso de IA pela Associated Press para redigir relatórios financeiros, economizando cerca de 20% do tempo dos jornalistas, permitindo que eles se concentrassem em tarefas mais analíticas e criativas. No universo das empresas de comunicação, no qual o número de afazeres cresce na velocidade da luz, ganhar tempo é o sonho de consumo das equipes.

Nosso maior desafio, nesse contexto, é a ética. Palavrinha mágica, que deve ser preceito quando se lida com informação. Especialmente no que diz respeito à privacidade dos dados e à transparência. As empresas devem garantir que os dados dos usuários sejam usados de maneira responsável e que os algoritmos não perpetuem vieses ou discriminação. Além disso, há o risco de desinformação, uma vez que a IA pode ser utilizada para criar fake news e conteúdo enganoso com uma facilidade alarmante.

Há outro risco, especialmente para agências que criam conteúdos para clientes, sejam eles em texto ou em audiovisual: a padronização e a falta de identidade. Automatizar processos é bom e utilizar a IA como ferramenta facilitadora é inteligente. Mas o olhar humano por trás do processo de criação nunca será substituído, porque é ele quem garante algo que nenhum robô será capaz de entregar: a autenticidade.

Resistir à revolução algorítmica é temerário. Adotá-la é estratégico. Mas saber conduzir essa implementação é o que vai diferenciar as empresas. Ser inovador não basta: é preciso ter consciência, qualidade tão somente humana.

Aline Moura é jornalista e sócia da M2 Comunicação Jurídica

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