Aluguel de Curta Duração em Condomínios: Novas Regras à Vista

O aluguel curta duração condomínios, popularizado por plataformas como Airbnb e Booking, está no centro de um intenso debate jurídico no Brasil. As discussões em torno da Reforma do Código Civil podem trazer mudanças significativas para proprietários e moradores, impactando a forma como esses imóveis são utilizados. A questão principal gira em torno da compatibilidade entre o uso residencial de um imóvel e a prática de locações frequentes por períodos curtos.

A proliferação do aluguel por temporada em condomínios gerou controvérsias e desafios. Muitos moradores reclamam da alta rotatividade de pessoas, questões de segurança, aumento do ruído e uso excessivo das áreas comuns. Por outro lado, proprietários veem na locação de curta duração uma forma de rentabilizar seus imóveis, especialmente em áreas turísticas ou de grande demanda. Essa colisão de interesses legítimos coloca o tema na pauta da reforma legislativa, buscando equilibrar direitos e deveres.

A Lacuna da Lei e a Necessidade de Regulamentação

Atualmente, a legislação brasileira não oferece clareza suficiente sobre a compatibilidade do aluguel de curta duração com o uso residencial em condomínios. A Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) prevê a locação por temporada, mas foi criada muito antes do surgimento das plataformas digitais e do modelo de negócios atual, com sua alta rotatividade de hóspedes. Essa lacuna legal contribui para a polêmica e a insegurança jurídica.

O especialista em Direito Contratual, Vanderlei Garcia Jr., do escritório Ferreira & Garcia Advogados, destaca que a locação por curta temporada é um dos temas mais polêmicos do direito condominial e contratual contemporâneo. Ele explica que essa controvérsia se deve à interseção de diversos interesses: a propriedade privada, a coletividade condominial, o setor de turismo, a segurança urbana e a ordem econômica. A falta de regras claras permite interpretações diversas e disputas judiciais, deixando proprietários e síndicos sem um direcionamento preciso.

A expectativa é que a Reforma do Código Civil aborde essa questão de forma mais explícita. O objetivo é fornecer um arcabouço legal que harmonize os direitos dos proprietários de rentabilizar seus imóveis com a necessidade de manter a ordem, a segurança e a tranquilidade nos condomínios. As propostas em discussão buscam definir se a convenção condominial poderá proibir ou restringir o aluguel curta duração condomínios, evitando que a decisão fique apenas a cargo de cada condomínio, gerando disparidades e litígios. O futuro dessas plataformas digitais e a forma como operam em edifícios residenciais dependem diretamente do desfecho dessas importantes discussões legislativas.

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