Comunicação Jurídica

Comunicação Jurídica: Você sabe para quem está falando?

Por Márcio Santos

O bom uso da linguagem é tão importante ao operador do Direito quanto o meio em ele ocorre. As ideias devem ser organizadas de forma clara e coesa. O advogado é, por natureza, um comunicador e, constantemente, desafiado a exercitar o seu poderio argumentativo. Precisa, necessariamente, se valer desta ferramenta com maestria para atuar junto aos diversos públicos, palcos e conquistar o êxito em suas ações – de forma verbal ou não verbal. Mas como garantir que aquilo que se fala ou se escreve não se transmute em significados e sentidos àqueles que o ouvem ou leem?

Primeiramente, cabe ressaltar que o ambiente jurídico é repleto de formalidades e traços distintos de linguagem e liturgia próprias – o que não difere em muitas tantas outras áreas do conhecimento. “Ornar” o discurso com o ambiente em que se busca praticar a comunicação é fundamental – uma habilidade que os bons advogados praticam com excelência e elegância. Trata-se da famosa expressão, aqui um tanto adaptada: “Você sabe para quem está falando? ”

Ademais, não basta somente a consciência do ambiente, mas a linguagem escorreita. O respeito às regras basilares do idioma e o entendimento de sua significância distinguem uma comunicação exitosa de uma atuação danosa. “Falar bonito” mas tropeçar na língua pode, literalmente, deixá-lo sem palavras e argumentos, jogando contra toda a intenção estratégica por uma infeliz e rebuscada escolha de vocábulos (leia o artigo sobre media training).

Complementarmente, dentre os trunfos da boa comunicação jurídica estão a facilidade em moldar o discurso técnico para o linguajar culto, embora não erudito; de se expressar de forma clara, com coesão, mas não simplória e diminuta em coerência; de apresentar estrutura de confecção de peças, argumentações e discursos sem redundância e prolixidade. Práticas estas que serão, notadamente, esperadas por todos aqueles que cultivam o bom uso da língua e seu efeito transformador na comunicação.

Concluindo, saber o que se deseja com a comunicação e como alcançar o objeto desejado ao se transmitir a informação é uma tarefa diuturna de todo o profissional que lida com a língua; fruto de estudos constantes para além da especificidade da atuação jurídica, mas, sobretudo, àqueles que, tal qual o operador do Direito, não prescindem da argumentação como “palavra-chave” ao seu exercício profissional. Se todos os requisitos forem atendidos pelo operador do Direito, haverá muita chance de seu texto, discurso e mensagem estar alinhado aos seus objetivos, gramaticalmente correto, coerente, informativo e original. Carpe Diem!

Márcio Santos é jornalista, pós-graduado em Comunicação Jurídica e sócio da M2 Comunicação Jurídica.

M2 Comunicação Jurídica é uma agência de comunicação integrada, voltada para advogados e escritórios de advocacia.

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