A proposta de taxação dos super-ricos é a principal pauta do Brasil no G20, buscando implementar um imposto global de 2% sobre fortunas bilionárias, com o objetivo de financiar políticas sociais e ambientais. Contudo, especialistas apontam desafios significativos para sua implementação, incluindo a possível fuga de capitais, a oposição de bilionários influentes e o risco de a arrecadação ser insuficiente para combater problemas estruturais no Brasil, como a desigualdade de renda e a fome.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu as dificuldades em implementar o imposto, citando que países que tentaram tributar patrimônios ricos enfrentaram a fuga de capital. Além disso, a oposição de bilionários seria um obstáculo, além de uma possível execução inadequada da medida no Brasil. Em sua avaliação, a arrecadação pode não ser suficiente para resolver a desigualdade, que é histórica no país. Para Haddad, a taxação sobre o patrimônio poderia ser uma solução a curto prazo, mas reformas no Imposto de Renda com mais faixas de tributação poderiam ser mais eficazes.
Embora a proposta de imposto global tenha ganhado apoio em alguns países, sua implementação ainda é um grande desafio. Especialistas, como o professor Renan Pieri, sugerem alternativas mais viáveis, como o ajuste das faixas do Imposto de Renda, que atualmente chega a 27,5% no Brasil, enquanto nos Estados Unidos pode alcançar 40%.
Ainda não há consenso sobre como a arrecadação será distribuída. Uma possibilidade é que o valor arrecadado seja destinado a projetos globais, com foco em países em desenvolvimento. No entanto, especialistas alertam para a falta de um sistema estruturado para garantir que a arrecadação seja eficaz no combate a problemas globais, como fome e mudanças climáticas.
Além disso, a proposta de taxação global enfrenta resistência, como observado no caso das multinacionais, que se opuseram à tributação mínima de 15% sobre lucros. Apesar das dificuldades, a ideia segue sendo discutida, com o apoio de alguns países do G20, como a África do Sul, que pretende avançar com a agenda brasileira em 2025.
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