Taxa das blusinhas reacende debate sobre importações
A taxa das blusinhas voltou ao centro do debate no Brasil após o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra produtos chineses. A medida americana, que passa a tributar importações de até 800 dólares, pode redirecionar o foco de grandes plataformas asiáticas para mercados mais permissivos — como o brasileiro.
Impacto no Brasil e reação do mercado
Com a mudança nos EUA, empresas como Shein, AliExpress e Temu podem intensificar suas operações no Brasil, aproveitando regras mais brandas. Isso preocupa a indústria nacional, que teme uma nova onda de concorrência desleal.
Segundo o tributarista Eduardo Natal, a resposta brasileira precisa ir além do aumento de impostos. “Elevar tributos pode conter o avanço das importações, mas transfere o custo ao consumidor, que já enfrenta perda de poder de compra”, alerta.
Alternativas à elevação de impostos
Natal defende um conjunto de medidas mais equilibrado. Entre as soluções possíveis estão:
- Reforço da fiscalização aduaneira;
- Exigência de certificações técnicas e sanitárias;
- Estímulo à indústria nacional, com desoneração da cadeia produtiva e incentivo à inovação.
Essas ações podem aumentar a competitividade das empresas brasileiras sem penalizar o consumidor final.
Riscos de retrocesso regulatório
O especialista também alerta para os riscos de medidas protecionistas excessivas. “Restrições diretas à importação podem comprometer a imagem do Brasil como economia aberta e integrada ao comércio global”, afirma.
Conclusão
Com o crescimento do e-commerce internacional, o debate sobre a taxa das blusinhas exige equilíbrio. A proteção à indústria nacional é legítima, mas não pode vir à custa do consumidor. Para Eduardo Natal, o caminho está em políticas estruturais que fortaleçam a produção local sem comprometer o acesso a produtos acessíveis.