Por que advogados devem escrever artigos e como fazê-lo de forma eficaz

*Por Elisangela Andrade

No competitivo universo jurídico, construir uma reputação sólida exige mais do que competência técnica. Advogados que se destacam frequentemente possuem uma característica em comum: sabem como compartilhar conhecimento, tanto para fortalecer sua autoridade na área quanto para conectar-se com potenciais clientes e parceiros. Escrever artigos é uma das ferramentas mais eficazes para alcançar esses objetivos.

No entanto, muitos advogados ainda relutam em escrever artigos, quer seja por falta de tempo, dúvida quanto ao assunto a ser abordado ou até mesmo por achar que seu ponto de vista sobre determinado tema não seja suficiente para embasar um texto opinativo ou que não esteja preparado para tanto.

A fim de encorajá-los, separei alguns motivos que podem servir de incentivo:

1) Construção de autoridade: publicar artigos em veículos especializados posiciona o advogado como referência em sua área de atuação. A demonstração de expertise pode atrair a atenção de outros profissionais, empresas e até mesmo da mídia;

2) Porta-voz entre a justiça e o público: muitos temas jurídicos são complexos e desconhecidos para a população em geral. Artigos claros e informativos ajudam a desmistificar questões legais, criando proximidade e confiança com os leitores;

3) Networking e oportunidades profissionais:  a publicação de artigos pode abrir portas para palestras, colaborações e até novos negócios. Advogados que escrevem frequentemente são mais procurados por colegas e organizações para participar de eventos ou liderar discussões em suas áreas;

4) Fortalecimento da marca pessoal: artigos bem escritos ajudam a construir uma identidade profissional.

Outra questão que interfere e muito na hora de escrever um artigo é a escolha do assunto.  O tema deve ser relevante e atual, de acordo com a área de atuação. Explore mudanças legislativas, decisões judiciais recentes ou de grande impacto social. Por exemplo, no Direito de Família, questões como multiparentalidade e guarda compartilhada têm alta relevância.

A definição do público que se pretende alcançar é extremamente importante, pois a linguagem e a abordagem mudam de acordo com o perfil do leitor. Para colegas, adote um tom técnico. Para leigos, prefira explicações didáticas e exemplos práticos.

A clareza e a objetividade devem ser objeto de atenção na hora de escrever.  Evite o uso excessivo de jargões jurídicos. Estruture o texto de forma lógica, com introdução, desenvolvimento e conclusão. Parágrafos curtos e títulos intermediários tornam o texto mais convidativo.

Não se limite a descrever a legislação ou jurisprudência. Apresente sua interpretação e análises críticas. Isso é o que realmente diferencia um artigo genérico de um conteúdo autoral.  Use dados e referências para embasar suas ideias. Citar artigos científicos, decisões judiciais ou relatórios de organizações renomadas agrega credibilidade ao texto.

Por fim, a releitura e uma revisão atenta para evitar erros gramaticais e de digitação devem ser realizadas para não comprometer o conteúdo e nem credibilidade do autor. Escrever artigos é mais do que uma estratégia de marketing jurídico, é uma maneira de contribuir para o desenvolvimento da profissão e de consolidar uma posição de destaque no mercado. Com dedicação e atenção aos detalhes, qualquer advogado pode transformar seu conhecimento em textos de impacto, fortalecendo sua marca pessoal e gerando oportunidades valiosas.

 

*Elisangela Andrade é formada em Jornalismo desde 2000 e possui experiência de mais de 10 anos como assessora de imprensa. Também é formada em direito, tendo atuado como advogada na área trabalhista. Possui pós-graduação em Advocacia Extrajudicial.

 

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