Por que não consigo emplacar um artigo na grande mídia – e como fazer para conquistar este espaço?

Por que não consigo emplacar um artigo na grande mídia – e como fazer para conquistar este espaço?

Por Natasha Guerrize

Embora possa variar de assessorado para assessorado, o ápice para a maioria dos advogados que contratam um serviço de assessoria de imprensa é ter seu artigo assinado e publicado em um grande veículo de comunicação, seja em jornais impressos ou on-line. Escrever um texto não só coeso e coerente, mas com atualidade e apelo jornalístico, proporciona o que chamamos de “princípio de autoridade” – e essa, sem dúvida alguma, é a jornada mais importante para qualquer profissional que já tenha ou busca consolidar seu nome como referência em uma determinada área de atuação.

Nós, assessores de imprensa, recebemos esse interesse por parte dos assessorados com muita empolgação, porque quando conseguimos emplacar um artigo de nossos clientes na dita “grande mídia”, também se torna o auge do nosso trabalho, visto que a concorrência em um espaço opinativo é enorme. Entretanto, a maior parte das vezes que recebemos artigos – especialmente quando o profissional está começando a dar seus primeiros passos no mundo fantástico da imprensa – percebemos que ainda falta aquele “tempero” que faça qualquer editor de Artigos/Opinião de um grande jornal ficar atraído o suficiente para decidir publicar.

Ao contrário do que você possa estar pensando neste momento, não se trata da qualidade do conteúdo que escreveu. Tampouco importa seu espetacular currículo (apesar de que, se você for uma figura pública importante, isso não será despercebido pelo jornal). Para que você, advogado, possa ir além das publicações em veículos dedicados à cobertura do meio jurídico, trago alguns tópicos que vão te ajudar a entender algumas das principais razões pelas quais você ainda não conseguiu emplacar seu artigo na grande mídia:

1) Você tem medo de se posicionar/dar uma opinião mais contundente

É totalmente compreensível que você tenha receio de opinar e ser mal interpretado, ainda mais na era da cultura do cancelamento. Como diria Warren Buffett, considerado uma das lendas do mercado financeiro mundial, “são necessários 20 anos para construir uma reputação e apenas cinco minutos para destruí-la”. Porém, o espaço dedicado aos artigos nos jornais é opinativo – e é assim que o editor do jornal espera do seu texto, porque o objetivo é provocar o debate público. Em sua tradicional obra Técnicas de Codificação em Jornalismo, Mario Erbolatto já dividia o jornalismo em quatro categorias: informativo, interpretativo, divisional e opinativo. Agradar a todos nem sempre é possível, portanto, se preocupe em se posicionar sobre um assunto com propriedade.

2) Você ainda escreve em ‘juridiquês’ ou o tema escolhido é relevante somente para outros advogados

Esse é clássico. Evidentemente alguns termos jurídicos precisam ser utilizados, mas lembre-se sempre de perguntar: para quem estou escrevendo? Ignorar um público mais abrangente, ainda que o leitor de um Valor Econômico seja diferente de uma Folha de S. Paulo, por exemplo, é simplesmente anular suas chances de ter seu artigo publicado na grande mídia. Ou, muitas vezes, você busca um tema relacionado à reflexão da atuação em alguma área do Direito. A não ser que esteja diretamente ligado a um acontecimento de total interesse público (especialmente se for no campo da política ou economia nacional), mais uma vez seu artigo estará fadado a ser somente publicado em sites segmentados – o que nem sempre significa um resultado ruim.

3) Você faz citações constantes como se estivesse escrevendo um artigo científico

Isso remete um pouco do primeiro tópico apresentado, só que acontece com mais frequência entre advogados que atuam como professores e/ou que estejam desenvolvendo pesquisas em programas de pós-graduação lato ou stricto sensu (mestrado/doutorado). Por medo de achar que possa estar se apropriando da ideia de alguém e estar cometendo algum tipo de plágio, você usa – e abusa – de citações de acordo com as normas da ABNT. Deixe essa prática para sua dissertação ou tese – o artigo elaborado para os jornais da grande mídia deve ser livre para você se expressar com mais autonomia!

4) Você ainda não abraçou a ideia de escrever sobre os temas mais comentados na imprensa sob novas perspectivas

É óbvio que tais temas precisam ter gancho com sua área de atuação, e para isso, converse sempre com seu assessor de imprensa. Ele vai te ajudar a guiar e te provocar sobre quais pontos de vista ainda não foram devidamente abordados. Exemplo: a Reforma Tributária tem sido um dos assuntos mais comentados, pela relevância e impacto que deve gerar a milhões de brasileiros. Se você for um jurista desta área, deve-se perguntar: como posso contribuir de forma diferente da maneira que poucos (ou ninguém) se dispôs a falar? Mais uma vez: jornalismo é atualidade e ineditismo. Os jornais da grande mídia não querem o mais do mesmo.

Por fim, mantenha o hábito da leitura, acompanhamento e escrita de artigos. Praticar a partir de pesquisas acadêmicas em diálogo com os fatos publicados na imprensa vai te favorecer a aprimorar seus artigos jornalísticos. O assessor de imprensa também pode dar dicas de títulos e sugestões de cortes para se adaptar ao número de toques de acordo com o jornal a se trabalhar a divulgação. Mesmo com as primeiras negativas, não desista e continue produzindo.

Natasha Guerrize é jornalista e Assessora de Imprensa da M2 Comunicação Jurídica.

M2 Comunicação Jurídica é uma agência de comunicação integrada, voltada para advogados e escritórios de advocacia.

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